Dia Internacional do Livro Infantil

O dia 2 de Abril foi escolhido para ser o Dia Internacional do Livro Infantil por ser a data de nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, que foi um grande poeta e escritor de histórias infantis. Para assinalar este dia, o IBBY (International Board on Books for Young People) divulga anualmente uma mensagem de incentivo à leitura dirigida às crianças de todo o mundo. Este ano, coube ao ilustrador egipcío Hani D. El-Masri a elaboração da mensagem. O cartaz da DGLB é da autoria de Cristina Valadas vencedora do Prémio Nacional de Ilustração 2007.
Não deixe passar em branco, leia um livro, apresente novos amigos às suas crianças, motive, incentive, provoque a leitura.

1 de Abril


As brincadeiras do dia das mentiras tiveram o seu início em França, onde o Ano Novo era festejado a 25 de Março. Os festejos duravam uma semana, terminando no dia 1 de Abril. Em 1564, depois da adopção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de Janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria a 1 de Abril. Outros mais brincalhões, apelidaram-nos de conservadores e passaram a ridicularizá-los, enviando-lhes presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries. No Brasil, o 1 de Abril começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado a 1 de Abril de 1848, com a notícia do falecimento de D. Pedro, desmentida no dia seguinte. O periódico saiu pela última vez a 14 de Setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1 de Abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente. Em países de língua inglesa o dia da mentira é conhecido como April Fool's Day ou Dia dos Tolos, em Itália e França é denominado, pesce d'aprile e poisson d'avril, respectivamente, o que significa literalmente "peixe de abril".

Feliz dia das mentiras, divirta-se brincando, mas não se esqueça que até para as brincadeiras autorizadas existem limites. Não magoe os sentimentos de quem ama!

O Principezinho

Só se pode exigir a uma pessoa o que essa pessoa pode dar.

Se te conseguires julgar a ti próprio, és um sábio dos autênticos.

Os vaidosos nunca ouvem senão os elogios.

(...) se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo (...).

Criar um ritual, é o que faz com que um dia seja diferente de todos os outros, logo, especial.

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos (...).

Só as crianças é que sabem do que andam à procura.

Os olhos são cegos. Deve-se é procurar com o coração.

Coração de Mãe!


Porque as mães também merecem, porque as mães tanto sofrem, porque as mães tanto amam. Aqui está um livro, que de uma forma muito prática nos ensina que « O coração de mãe não é só um músculo que bate sem parar. É um lugar mágico onde acontecem as mais extraordinárias das coisas...». Para miúdos e graúdos, mães, pais e avós, para todos quantos compreendem a magia que existe entre uma mãe e os seus filhos. Um texto de autoria de Isabel Martins, com ilustrações de Bernardo Carvalho, Editora Planeta Tangerina.

Há dias Felizes!

Hoje tive a oportunidade de contar duas histórias às crianças de uma EB1. Não é uma experiência propriamente nova para mim, todavia, hoje foi um dia muito feliz! Tocou-me, particularmente, a avidez com que aqueles meninos e meninas escutaram as minhas histórias. A forma como bebiam, verdadeiramente devoravam as minhas palavras, atentos, silenciosos e activos, pois sabiam rir nos momentos certos, sinal de que a história estava a ser realmente «absorvida».
Depois do primeiro intervalo, pude ver como algumas crianças, logo após o lanche da manhã, regressavam à sala e nas suas carteirinhas tinham religiosamente guardados os livrinhos, que liam durante o tempo de pausa que lhes restava. Alguns mais velozes, outros letra a letra, todos seguiam o seu compasso, todos envolvidos na leitura. Simplesmente delicioso.
O segundo grupo era composto por crianças mais velhinhas, nem por isso menos atentas. Qual o meu espanto, quando no final de ouvirem a história e de conversarmos um pouco, me pediram que repetisse a leitura. Cada vez mais feliz, segui a sugestão do professor de serem os próprios meninos a ler a história, propondo eu própria que lessem a história que eu havia contado aos mais baixinhos. Maravilhoso, ver com os meus próprios olhos estas crianças tão empenhadas na leitura, tão maravilhadas com a magia dos livros e tão ávidas por mais. Obrigada pelo convite da escola, obrigada aos professores pela extrema simpatia com que me receberam no seu espaço, obrigada meninos por me fazerem assim feliz.
(Histórias contadas: ao 1.º e 2.º anos, Leónia devora os livros, de Laurence Herbert e Frédéric du Bus; ao 3.º e 4.º anos, Sou um livro, de Rui Grácio.)

Ainda para o Pai!

Pai, eu às vezes acordava e via-te
a vigiar o meu sono, ali tão perto,
no meio da noite, e todos os medos
fugiam para muito longe
como se tivessem asas nos pés
e fogo nas narinas
iguais às dos dragões a fingir
que havia nas histórias que tu
contavas para eu adormecer
devagar, devagarinho,
cabeça a poisar na almofada de flores,
pena ou pétala a beijar o chão.
(...)
Pai, foi contigo que aprendi
as palavras mais belas e difícies,
as palavras feitas de musgo
e de lava, de trigo e de chuva.
Foi contigo que aprendi
o som da palavra amor
empurrada pelo vento
até ao último esconderijo
que tem a tempestade.
José Jorge Letria, Viagem à Flor de um Mês

Porque o dia do pai é todos os dias, aqui fica uma excelente sugestão. Uma história sobre as várias facetas de um pai, que consoante a necessidade se consegue transformar em variadíssimas coisas. Divertido para pais e filhos, um olhar sobre o que é ser pai! Boa Leitura.
MARTINS, Isabel, CARVALHO, Bernardo, Pê de pai, Planeta Tangerina









Um dos meus maiores vícios é a leitura. Desde muito cedo coleccionei pequenos livrinhos de citações por cada livro que lia, expressões que me marcavam, que me divertiam, que me faziam pensar ou, simplesmente, me ajudavam a acordar no dia seguinte.

Tenho agora a possibilidade de o fazer digitalmente, permitindo que outras pessoas acedam a esses pequenos mundos de palavras, incentivando-as também a ler e partilhar experiências. É disso que trata a vida, aprender e partilhar, saber e comunicar.
Registarei, então, pequenos excertos, citações, esperando que os mesmos façam valer todo o conjunto, transponham a realidade escrita e se assumam independentes numa realidade virtual ao alcance de qualquer um.
Parte, depois, de cada um o interesse e a iniciativa. O primeiro passo é sempre o mais difícil e ler é realmente o melhor passaporte para um mundo paralelo, para uma vivência distinta, para ser e estar de múltiplas formas... para ser feliz, nem que seja a fingir.



A morte é um dia como os outros - só que acaba mais cedo.
(...)
Armando Pantera estava doente e não sabia. Era doença de gente fina porque tinha nome e apelido. Mas era pouco conhecida, só muito recentemente a Encefalozero Aguda tinha começado a ser estudada pelos especialistas. Sabe-se, por exemplo, que o cérebro deixa de respirar, porque os neurónios que fazem a diferença estão desactivados. E que os outros - os poucos que sobram e são conhecidos por neurónios preguiçosos - apenas se ocupam de rotinas, trivialidades e, na fase terminal da doença, de conversas sobre mulheres e futebol. Sabe-se também que não escolhe raças nem religiões, mas ataca sobretudo o sexo masculino. (...) Na maior parte das vezes, os portadores de EA só são traídos por uma expressão que repetem sem parar.
- Tu não estás bem a ver! - dizem eles.
(...)
O apartamento tem vista sobre a solidão. As pessoas cruzam-se nos elevadores, é "bom dia", "boa tarde", são vizinhos, mas não se conhecem, cada um fechado no seu mundo. As crianças, quando não estão na escola, vivem trancadas na rua. Os jovens, nos intervalos da rebeldia, matam o tédio nas esquinas. Os velhos, esquecidos em quartos atrofiados, contam os dias que faltam para a casa de repouso. O desemprego mora em muitas famílias, os biscates são o pão nosso de cada dia. É um mundo triste, tão triste, que até dói.