A vida num sopro


Portugal nos anos 30. Um regime instaurado, a vida vivida sob o olhar e as pressões da PVDE, um amor proibido e perseguido até à extinção dos amantes, a guerra civil de Espanha.

Luís e Amélia dos olhos de mel... O primeiro grande obstáculo que este amor conheceu foi a mãe de Amélia, as suas intenções anunciadas na atitude, algo grave estaria para acontecer. Até que um dia Amélia faltou ao encontro marcado e Luís não a voltaria a ver. Vive anos loucos, estuda veterinária e um dia conhece uma mulher que em tudo o faz lembrar a rapariga dos olhos doces. Este amor recriado vai uni-lo uma vez mais ao seu verdadeiro amor, o primeiro. A futura mulher de Luís é irmã de Amélia e terão de saber conviver, sufocando os seus sentimentos.

A tragédia era inevitável e um homicídio dita o destino fatal, uma vez mais Amélia e Luís terão de se separar.

Só mais tarde, quando por circunstâncias alheias Luís se vê detido por um policial da PVDE, se dá o reencontro. Promessas de amor eterno, o reconhecimento de um filho e... a inevitável conclusão. A infelicidade de Luís não estava relacionada com as suas escolhas no passado, mas com as escolhas que os outros haviam feito por ele e que, no presente, continuavam a fazer. O mal residia no país em que vivia e o fim não podia ser outro! Tinha de decidir por si, nem que fosse a última coisa a decidir na vida!

Um romance excelente, que representa magnificamente a sociedade portuguesa da época, as poucas perspectivas de futuro; onde podemos ver um reflexo, a preto e branco, da realidade que hoje vivemos. Uma escrita leve, que se dilui e que prende a leitura até ao final.

Vale a pena ler... num sopro!!!