Mais creches até 2013!


Foi hoje noticiada a intenção do governo de até 2013 construir 600 novas creches. Associada a esta medida, «no quadro do apoio às famílias e à promoção da conciliação da vida familiar e profissional», o governo pretende ainda garantir a duplicação do número de creches com horário alargado. Estas funcionarão mais de 11 horas por dia.

Mas estamos todos cegos, ou simplesmente ninguém quer ver??? Como é que é possível apoiar as famílias, incentivar a natalidade e a conciliação da vida profissional e familiar com a criação de meros depósitos de crianças??? Não é assim que estamos a olhar para esta situação? Ora vejamos, criem-se mais creches, alargue-se o horário das mesmas, para que os pais possam trabalhar cada vez mais horas e/ou possuir dois empregos para suportar as despesas familiares. As crianças são deixadas pela manhã bem cedo na creche e à noitinha, cerca de 9 ou 10 horas depois regressam a casa, para poderem partilhar bons momentos com os seus esgotados pais. No máximo, tomar um banho, jantar e ir para a cama, porque o dia seguinte começa bem cedo.

Pois então, cada vez mais as nossas crianças crescem nos braços de desconhecidos, que os conhecem bem melhor do que os seus próprios pais. Será desta forma que o governo vê a qualidade de vida da nossa sociedade? Será desta forma que imagina que as pessoas terão mais do que um filho? Será desta forma, com funcionários desmotivados e esgotados que as empresas e a própria máquina do estado pensa avançar rumo à qualidade?

Por favor, ACORDEM. Alguém faça ver aos nossos governantes que este não é o caminho. Criem-se horários mais flexíveis que permitam aos pais verdadeiramente serem PAIS, no sentido literal da palavra e não apenas encarregados de dívidas acumuladas. Tomem-se medidas que incentivem a natalidade, promovendo o emprego, a possibilidade dos avós também poderem participar na vida dos seus netos, ao contrário de permanecerem a trabalhar até ao final dos seus dias, e acima de tudo, deixem que os pais sejam verdadeiramente amigos, companheiros e que estejam verdadeiramente disponíveis para os seus filhos.
Porque motivo em pleno ano de 2010 ainda se descriminam as mulheres que decidem ser mães? Veja-se o exemplo do prémios da TAP, qual foi a opinião do nosso primeiro ministro? Pois é. E em tantas situações as mães são também prejudicadas, porque acompanham os seus filhos ao médico, porque ficam em casa quando estes estão doentes. E quantas vezes não são questionadas em entrevistas para emprego sobre o número de filhos que têm ou que pensam vir a ter, sublinhando a total disponibilidade que é necessária para as funções a exercer. ASSIM NÃO VAMOS LÁ!

Criar mais creches, alargar o horário das mesmas, só vai fazer com que as próximas gerações cresçam cada vez mais sozinhas, fora de qualquer ambiente familiar, sem a noção do que é ter tempo para ouvir uma história antes de dormir ou dar um passeio no parque no final do dia.